Abro olhos, vejo o
dia.
E o sol me envolve
mansamente
No espelho antigo
traços da alegria
Que num instante seu
sorriso apagou falsamente
Nesse instante vejo a
face
Do oculto que se
revela
Onde outrora em meu
coração o sol existia
Hoje apenas a
tristeza é aquarela
Lembro ao longe os
seus sorrisos
Que achei serem
sinceros
Como espinhos hoje me
ferem
Os sonhos meus que já
foram belos
Nos meus olhos que
antes brilhavam
Só faísca de desprezo
Onde antes havia amor
Hoje só desassossego
Quantas noites que eu
em claro
Me lembrava das
conversas
Quando achava que era
entendida
Mesmo sabendo não haver promessas
Tudo era pó e se
desfez com o vento
Quando sopraste em
meu rosto
Que pra você eu nada
sou
Além de problema e
desgosto
Nem lembraste o
carinho
Que dediquei sem nada
em troca
Mas pra mim a paga
foi
A da
confiança que hoje e morta
A saudade que sentia
se tornou em magoa e dor
Como fui me enganar
tanto?
Por que tanto dessabor?
Como pude ser tão
tola de achar que se importava?
Como pude acreditar
Que só o meu querer
bastava?
Nunca lhe cobrei por
nada
Mesmo tu dizendo isto
Mas me dizes como
farpa
Que pra ti sou
prejuízo
Tudo em mim lhe
incomodava
Quando eu sempre quis
seu bem
E enquanto amorosamente
defendias
Em minha frente outro
alguém
Um alguém que sei que
pode
Destruir a sua “querida”
Mas o que importa se
tu queres
Levar assim sua vida?
Nada que disse com
carinho
Em seu coração fez
morada
Antes disto apenas
brigas
Que a cada hora você
mostrava a mágoa
Me pergunto onde foi
meu erro
De doar-me tão
inteira a quem nunca entendeu
A quem nunca me
valorizou
A quem nunca soube
amar como eu
Não falo de me amar,
pois, sabia.
Que seu coração não
era meu
Que isso eu nunca
teria
Mas amar o amor que
recebia
E valorizar sem
julgar quem lhe deu
E na ânsia de te
querer perto
Nem notei que tu não
estavas lá
Na verdade tu nunca
estiveste
Somente sua
indiferença me deste
Para com ela acordar
Hoje minha
companheira, a angústia.
Veio de mansinho
visitar
Aquela que desde que
tu me abriste
Me mostrando que a
tristeza existe
Tenta comigo morar
Virginia Neves
Obrigada por me abrir
para desilusão!
01/10/2015
14:04h
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