ANALYTCS

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Láudano

Como droga que se injeta na veia e que infecta o sangue e percorre todo corpo,
Como opio que embebeda e entorpece os sentidos e descansa a alma mas ao final me prende  em sua doçura, assim é você em mim
Em vão tento me livrar do vício que me prende a seus beijos e seus carinhos.
Sei que a cura é estar longe...
Mas, como iniciar o tratamento se é tão bom me desmanchar em seus Abraços?
Como prisioneira nesse ciclo vicioso de querer à todo tempo sentir sua presença, eu me entrego sem chances de me defender de mim mesma e de você.
Prazeres momentâneos que têm o peso da eternidade em meu coração.
Novamente termina o êxtase dessa droga chamada desejo e me vejo só.
E a alegria e a febre do momento, do torpor de seu toque passa, e vem a sensação de vazio da abstinência de seu calor a me aquecer...
Como deter esse poder que nos une, como dependência mútua de momentos que tanto nos excitam e nos fazem temer o amanhã?
Se uma simples porta fechada e a idéia de atrás dela o encontrar em outros braços me dão tanto medo de continuar.
Como fazer o certo se o errado corre em nosso ser nos impulsionando um ao outro sem conseguirmos nos livrar dessas amarras que nos prendem?
Como fazer o corpo e a alma entenderem que não posso esperar que me forneças pra sempre o "barato" que me dá apenas em me tocar?
Sei que este vício que me torna quase plena em alguns momentos poderá ser o mesmo que irá me consumir aos poucos quando não mais tiver sua presença perto de mim
Sei também que a dependência aos poucos tem se tornado mais fraca me dando o fôlego de novamente respirar sem que precise do mesmo ar que você.
Quando penso que estou curada, me oferece mais  dose da alegria que tanto dispara e adormece o meu coração.
E então e quanto mais tenho ao lado sua presença,  pouco a pouco sucumbo e mais te quero perto de mim.
E como os poetas que derramavam sua alma em versos, ainda sou tua prisioneira e me embriago em teus afetos no láudano da mais pura ilusão.

Como disse - acho que não prestamos.
Tem jeito não.

Virgínia
25/01/2016
18:40h

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